O “Projeto Entrelinhas”, uma iniciativa conjunta do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) e do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), está transformando a vida de mulheres privadas de liberdade. Através de atividades como costura, pintura e bordado, o projeto visa promover a profissionalização, autonomia financeira e reinserção social dessas mulheres, oferecendo-lhes uma nova perspectiva de futuro.
Na última terça-feira, reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco apresentaram suas criações na sede do TJAC. Atualmente, 15 mulheres participam ativamente do projeto, dedicando-se à costura, pintura, crochê e até mesmo ao trabalho no viveiro da unidade.
Para J.S., uma das detentas participantes, o projeto tem sido uma verdadeira transformação. “Eu já me sinto outra pessoa, bem melhor. Quando a gente está pintando, costurando, traz uma calmaria. Aprender tudo isso aqui me faz querer ter uma vida diferente lá fora. Pretendo continuar costurando e pintando para tirar meu sustento quando sair”, relata emocionada.
A esperança é a palavra-chave que guia a ressocialização e o recomeço dessas mulheres. A coordenadora Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar, juíza Louise Santana, destaca o impacto social da iniciativa: “Essa parceria trabalha o empreendedorismo e o empoderamento feminino. São mulheres que têm família, têm filhos e querem que o passado fique lá. Estão pensando no futuro, em recomeçar com dignidade. O projeto simboliza o que elas são capazes de fazer”.
O Judiciário desempenha um papel fundamental no processo de ressocialização, permitindo o contato das detentas com diversas ações durante o cumprimento da pena, em diálogo constante com o Iapen. O presidente do Instituto, Marcos Frank, ressalta a importância do trabalho para transformar vidas e o papel da Polícia Penal na capacitação das participantes: “Se trata de um recomeço, de novas alternativas para quem cumpre pena e que, em algum momento, vai retornar à sociedade. Agradecemos ao Tribunal de Justiça pelo suporte e aos policiais penais, que têm ensinado essas habilidades às nossas reeducandas”.
A diretora da Divisão do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco, Jamilia Silva, reforça que a iniciativa atua tanto na profissionalização quanto na remissão de pena: “Nós estamos mostrando o que é produzido dentro da unidade e que pode gerar renda no futuro. A produção contribui com a remissão de pena e com oportunidades quando deixarem o sistema prisional”.
O “Projeto Entrelinhas” demonstra que o sistema prisional pode ser um espaço de transformação e preparação para um retorno digno à sociedade. Cada peça confeccionada representa não apenas uma futura oportunidade profissional, mas também a reconstrução de histórias e a conquista da autonomia.
“Quando retornarem à sociedade, essas mulheres não serão as mesmas. Ressocializar é possibilitar uma nova vida, um recomeço. É oferecer condições para que trilhem um novo caminho, longe da criminalidade”, finaliza a diretora.
5 Dicas para Apoiar a Ressocialização de Detentas:
1. Apoie iniciativas como o “Projeto Entrelinhas”: Incentive e divulgue projetos que ofereçam oportunidades de profissionalização e reinserção social para mulheres privadas de liberdade.
2. Compre produtos feitos por detentas: Ao adquirir produtos como artesanato, roupas ou alimentos produzidos em unidades prisionais, você contribui para a geração de renda e o desenvolvimento de habilidades dessas mulheres.
3. Ofereça oportunidades de emprego: Se sua empresa ou organização tiver a possibilidade, considere contratar ex-detentas. A oportunidade de um emprego formal pode ser crucial para a reinserção social e a construção de uma nova vida.
4. Seja um voluntário: Dedique seu tempo e talento para ajudar em projetos de ressocialização. Você pode oferecer oficinas, cursos, palestras ou simplesmente ser um ombro amigo para as detentas.
5. Combata o preconceito: Informe-se sobre o sistema prisional e a realidade das pessoas privadas de liberdade. Compartilhe informações e histórias positivas para desconstruir estereótipos e promover a inclusão social.
Acreditamos que a ressocialização é um processo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao apoiar iniciativas como o “Projeto Entrelinhas” e oferecer oportunidades para mulheres privadas de liberdade, estamos investindo em um futuro melhor para todos.
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Fonte: https://agencia.ac.gov.br
