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Gonet afirma no senado: atuação sem cor partidária em caso de golpe

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu sua atuação no processo da trama golpista durante sabatina no Senado. Ele rebateu críticas de senadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que classificam o julgamento como “perseguição política”.

Gonet enfatizou que sua atuação não se baseia em filiação partidária. “Não há criminalização da política em si. Sobretudo, a tinta que imprime as peças produzidas pela Procuradoria-Geral da República não tem as cores das bandeiras partidárias”, declarou.

O procurador-geral destacou a utilização de acordos de não persecução penal no processo da trama golpista, beneficiando acusados que reconheceram o erro e se comprometeram com medidas de reparação, mantendo o status de réu primário. Até outubro, 568 investigados se beneficiaram desses acordos. Outros 715 foram condenados e houve 12 absolvições, a maior parte a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Gonet ressaltou que 606 processos ainda estão em andamento, representando 32,3% do total. Segundo ele, os números demonstram que a atuação do Procurador-Geral da República foi confirmada no seu acerto pela instância julgadora na vasta maioria dos casos encerrados.

Paulo Gonet também afirmou que suas manifestações se restringiram aos autos do processo, evitando vazamentos ilegais e comentários públicos, garantindo o respeito ao sigilo judicial.

Além do caso da trama golpista, o procurador-geral destacou sua atuação no caso do escândalo dos desvios no INSS, no acordo sobre o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, e no combate ao crime organizado.

Senadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro criticaram a atuação do PGR no caso da trama golpista julgada no Supremo Tribunal Federal (STF). O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, acusou Gonet de “esculhambar” o Ministério Público.

Flávio Bolsonaro também defendeu o irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado pela Procuradoria-Geral da República de obstrução da Justiça ao promover uma campanha nos Estados Unidos para sanções contra ministros do STF e contra a economia brasileira.

Em resposta às críticas, Gonet reafirmou que nunca foi movido por questões partidárias. Ele declarou que os processos da PGR são resultados da avaliação, sempre a mais detida e ampla possível, com relação a todos os aspectos que são objeto da atenção devida, feita da forma mais sóbria, conscienciosa e respeitosa com os envolvidos.

Durante a sabatina, Gonet mencionou o recebimento de uma carta da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) em apoio à sua recondução ao cargo de procurador-geral, mas o senador Flávio Bolsonaro criticou a manifestação da ANPR.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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