Em breve, crianças com hemofilia terão acesso a uma terapia menos invasiva através do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida, anunciada recentemente, promete transformar a vida de pacientes e familiares.
Atualmente, o tratamento tradicional para hemofilia grave envolve a reposição do fator VIII, um processo que exige múltiplas infusões intravenosas semanais. Uma mãe de Brasília, que tem dois filhos com a doença, descreve a rotina como dolorosa, mencionando as frequentes punções venosas necessárias para o tratamento.
A partir do próximo mês, o governo pretende expandir o uso do medicamento Emicizumabe para crianças de até seis anos de idade. Essa medicação já está disponível para adultos na rede pública. Ao contrário da terapia tradicional, o Emicizumabe é administrado por via subcutânea, o que torna o processo muito menos invasivo e doloroso.
Espera-se que a nova terapia reduza a frequência dos sangramentos, proporcionando mais autonomia e liberdade para as crianças e suas famílias. O tratamento com Emicizumabe é realizado apenas uma vez por semana.
Uma ativista pelos direitos das pessoas com hemofilia, destaca que mais de 80% dos cuidadores de crianças com a doença são as mães. A ampliação do acesso a essa medicação pode mudar a realidade dessas mães, incluindo aquelas que precisam abandonar seus empregos para acompanhar os filhos ao Hemocentro. A nova terapia também beneficiará crianças com outras condições, como autismo, que podem ter dificuldades adicionais com o acesso venoso.
O ministro da Saúde informou que encaminhará o pedido para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec) para tratar da ampliação do uso do medicamento para crianças. A medicação já é oferecida pelo SUS para pacientes com mais de seis anos que apresentam anticorpos inibidores do fator VIII.
O ministro também ressaltou o alto custo do tratamento com essa medicação no setor privado, estimado entre R$ 300 mil e R$ 350 mil por ano. Ao oferecer o medicamento gratuitamente pelo SUS, o Brasil se posiciona como um dos maiores países do mundo a garantir acesso a essa terapia, proporcionando dignidade e conforto para as crianças com hemofilia e suas famílias.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
