Onda de protestos tomou diversas cidades contra operação letal no Rio
Manifestações foram realizadas nesta sexta-feira em diversas capitais, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e São Luís, no Maranhão, em resposta à Operação Contenção, ação policial que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro e é considerada a mais letal da história do país. Os manifestantes exigem uma investigação independente sobre o caso.
No Rio de Janeiro, moradores dos complexos da Penha e do Alemão, juntamente com residentes de outras favelas, realizaram uma marcha. Mesmo sob chuva, um grande número de pessoas se reuniu na Vila Cruzeiro, uma das comunidades do Complexo da Penha. Entre os presentes, destacavam-se mães de jovens que perderam a vida em operações policiais anteriores.
Em São Paulo, o movimento negro se concentrou na Avenida Paulista, onde reivindicou a federalização da investigação da operação policial. Além disso, pediram a criminalização do governador Cláudio Castro e dos policiais militares envolvidos. Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos e da Uneafro Brasil, enfatizou a necessidade de políticas de acolhimento e acesso à justiça para as famílias das vítimas. O ato partiu do Masp em direção à Rua da Consolação, reunindo diversas entidades, incluindo o Movimento Negro Unificado (MNU), a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo e a União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro).
Em São Luís, no Maranhão, os movimentos sociais se reuniram na Praça Deodoro, no centro da cidade. Com cartazes e faixas, criticaram a violência policial. O estudante Alex Silva, classificou a ação no Rio como necropolítica e criticou o governador Castro por considerar a operação um sucesso. Claudicéia Durans, do movimento Quilombo Classe e Raça, ressaltou a importância de não normalizar esse tipo de operação em comunidades pobres. Saulo Arcângelo, da Conlutas, criticou a falta de políticas públicas para a juventude, que se torna presa fácil do tráfico de drogas.
Em Brasília, o ato ocorreu próximo à Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes também defenderam uma investigação independente da Operação Contenção. Maria das Neves, do Conselho Nacional de Direitos Humanos, classificou o ocorrido como um “brutal atentado contra a vida do povo preto e favelado”. O conselho solicitou ao STF que o governador Cláudio Castro preste informações sobre a operação policial e encaminhou um pedido à ministra dos Direitos Humanos para uma perícia independente.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
