Um aumento notável de 32% foi registrado no número de atendimentos a homens com até 49 anos para tratamento de câncer de próstata no Brasil, entre 2020 e 2024. Os dados, provenientes do Ministério da Saúde, revelam um salto de 2,5 mil assistências em 2020 para 3,3 mil em 2024.
Embora o câncer de próstata seja uma preocupação maior em homens com 65 anos ou mais, a incidência em indivíduos mais jovens, abaixo dos 49 anos, também merece atenção. Entre os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a maioria dos procedimentos realizados correspondeu à quimioterapia, representando cerca de 84% a 85% do total. Cirurgias oncológicas ficaram em segundo lugar, com 10% a 12%, seguidas pela radioterapia, com 3% a 4%.
Segundo Rafael Ambar, urologista especializado em saúde sexual e reprodutiva masculina, o aumento nos atendimentos não necessariamente reflete um aumento na quantidade de casos, mas sim uma maior procura por assistência médica. Ele destaca que a expansão da rede de saúde no país e o aumento da conscientização sobre a doença também contribuem para esse cenário.
Ambar observa que os homens mais jovens demonstram um crescente interesse em cuidar da saúde e realizar acompanhamento urológico. Essa mudança de comportamento é influenciada pelo fácil acesso à informação, pelo aumento da expectativa de vida e pelo desejo de um envelhecimento saudável. Ele também aponta para uma diminuição do preconceito em relação às visitas ao urologista, embora reforce a necessidade de continuar o trabalho de conscientização.
O diagnóstico precoce do câncer de próstata eleva as chances de cura para 90%. Nas fases iniciais, a doença geralmente não apresenta sintomas, mas em estágios mais avançados, pode causar dificuldade para urinar, necessidade frequente de micção, jato urinário fraco, presença de sangue na urina ou no sêmen, além de dores na região pélvica, quadris e costas.
De acordo com o urologista, o surgimento do câncer de próstata está associado ao envelhecimento do corpo, à predisposição genética, à obesidade e a hábitos nocivos à saúde, como tabagismo e sedentarismo. O diagnóstico é realizado por meio de exames de rastreamento, como o exame de sangue para identificar o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o exame de toque retal.
O especialista recomenda que homens com histórico familiar da doença iniciem o acompanhamento anual a partir dos 40 anos, enquanto a população geral deve começar aos 50 anos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
