A escalada da tensão na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, culminou com o resgate de quatro profissionais de saúde que relataram ameaças de morte desde a última quinta-feira (4). O incidente, ocorrido na região de Sananaú, expõe a fragilidade da segurança e a complexidade dos desafios enfrentados na maior reserva indígena do Brasil.
Os profissionais – enfermeiros, técnicos de enfermagem e um dentista – foram retirados do posto de saúde onde estavam escondidos e levados para o Polo Base de Surucucu, sob escolta da Força Nacional e com o apoio de uma aeronave enviada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), conforme informações da Casa de Governo.
O estopim do conflito foi um desentendimento envolvendo um enfermeiro e um grupo de indígenas, quando o profissional de saúde impediu que carregassem uma lanterna dentro do posto médico, alegando que o sistema elétrico não suportaria. A situação rapidamente se deteriorou, culminando nas ameaças que forçaram a equipe a se refugiar.
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Indígena divulgou imagens que mostram indígenas armados, inclusive com espingardas, cercando o posto de saúde, em um cenário que demonstra a vulnerabilidade dos profissionais e a urgência de medidas para garantir a segurança na região.
O Ministério da Saúde, por meio de nota, informou que o DSEI Yanomami está empenhado em restabelecer o atendimento de saúde na área o mais breve possível. No entanto, a persistência de conflitos e a presença constante de garimpo ilegal representam obstáculos significativos para a efetivação de ações de saúde e a garantia dos direitos das comunidades Yanomami.
De acordo A Urihi Associação Yanomami, que representa comunidades da região, não se manifestou sobre o ocorrido até o momento.
A Terra Yanomami, que abrange quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima, enfrenta desafios complexos, incluindo a presença de garimpo ilegal, que contamina rios, destrói roças e causa desnutrição, impactando diretamente a saúde e a qualidade de vida dos indígenas.
Em 2023, o governo federal decretou emergência no território Yanomami para combater uma crise sanitária sem precedentes. No entanto, lideranças indígenas denunciam que o garimpo ilegal continua ativo, perpetuando a crise e ameaçando a sobrevivência das comunidades.
5 Dicas para Ajudar a Proteger as Comunidades Indígenas na Amazônia:
1. Fortalecer a Fiscalização: Intensificar as ações de fiscalização para combater o garimpo ilegal e outras atividades criminosas que ameaçam a integridade da Terra Yanomami e de outras reservas indígenas.
2. Garantir a Segurança: Reforçar a segurança dos profissionais de saúde e de outros servidores que atuam nas áreas indígenas, oferecendo o apoio logístico e a proteção necessários para o desempenho de suas funções.
3. Promover o Desenvolvimento Sustentável: Implementar projetos de desenvolvimento sustentável que gerem renda e oportunidades para as comunidades indígenas, respeitando sua cultura e seus direitos.
4. Assegurar o Acesso à Saúde: Ampliar o acesso à saúde de qualidade para as comunidades indígenas, com a contratação e treinamento de profissionais, o fornecimento de medicamentos e equipamentos, e a construção e reforma de unidades de saúde.
5. Apoiar a Educação Indígena: Investir na educação indígena, com a valorização da cultura e da língua materna, a formação de professores indígenas e a criação de materiais didáticos específicos.
A situação na Terra Yanomami exige atenção e ações coordenadas de todos os setores da sociedade, visando garantir a proteção dos direitos dos povos indígenas, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da região.
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Categorias: Roraima, Amazonas, Saúde, Segurança, Indígenas
Fonte: https://g1.globo.com
