A Polícia Federal (PF) realizou uma grande apreensão no Aeroporto Internacional de Boa Vista (RR), confiscando mais de 51 kg de ouro, avaliados em R$ 36,8 milhões. A ação resultou na prisão em flagrante de três indivíduos: um sargento aposentado do Exército Brasileiro, identificado como João Heriberto Ferreira dos Santos, de 55 anos, um piloto de avião, Armando Palla Junior, de 57 anos, e o empresário Rychael Castro Gonçalves, de 33 anos.
A operação ocorreu na terça-feira (2), quando uma aeronave de pequeno porte, procedente de Itaituba (PA), pousou no aeroporto da capital roraimense. A carga de ouro, dividida em 54 barras, estava a bordo. Um adolescente de 17 anos, irmão do empresário Rychael Castro Gonçalves, também estava presente na aeronave.
As autoridades suspeitam que o sargento aposentado tinha a função de garantir a segurança do transporte da carga, atuando como uma espécie de “escolta”. No momento da abordagem, ele portava uma pistola Glock G25 e 12 munições, encontradas em sua mochila. Embora possuísse registro da arma, ele optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório.
A PF destacou que a posse da arma e registros de pagamentos por “missões” encontrados na agenda pessoal de João Heriberto reforçam a suspeita de que ele prestava serviços de proteção ao transporte do ouro de forma recorrente. As anotações continham datas acompanhadas da sigla “PG”, indicando pagamentos relacionados às atividades.
A defesa de Rychael Castro Gonçalves e João Heriberto Ferreira dos Santos se manifestou por meio de nota, alegando que as acusações contra eles não são verdadeiras e que se pronunciarão somente nos autos do processo. A defesa de Armando Palla afirmou que ele foi contratado exclusivamente para realizar o voo, não sendo proprietário do ouro, nem responsável pela origem do metal ou por qualquer atividade de garimpo.
A ação foi resultado de um trabalho conjunto entre a PF, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Casa de Governo, órgão federal que atua no combate a garimpos ilegais. A PF apura se o grupo preso integra uma organização criminosa maior, responsável por extrair, transportar e comercializar ouro ilegalmente na região amazônica.
Roraima: Rota do Ouro Ilegal
Esta foi a quinta apreensão de ouro em Roraima em 2025, totalizando 213,69 kg do minério apreendidos em apenas quatro meses. A crescente incidência de apreensões de ouro no estado demonstra que Roraima tem se tornado uma importante rota para o transporte e comércio ilegal do metal precioso, proveniente de garimpos ilegais na Amazônia.
As autoridades têm intensificado a fiscalização e o combate a essa atividade criminosa, que causa graves danos ambientais e sociais na região. A extração ilegal de ouro está associada à destruição da floresta, à contaminação de rios por mercúrio e à exploração de trabalhadores em condições precárias.
Relembre as Outras Apreensões:
1. 4 de agosto: 103 kg de ouro avaliados em R$ 61 milhões foram apreendidos em uma Hilux. O motorista foi preso por usurpação de bens da União.
2. 10 de outubro: 11,6 kg de ouro, avaliados em R$ 8 milhões, foram encontrados escondidos em um carro de passeio durante uma abordagem de rotina. O motorista foi preso.
3. 20 de outubro: 37,4 kg de ouro em barras foram apreendidos com o motorista de uma Montana, que também foi preso em flagrante.
4. 22 de outubro: 10,2 kg de ouro maciço foram apreendidos na BR-401, em Boa Vista. Um homem foi preso.
Dicas para Combater o Garimpo Ilegal:
1. Fortalecer a fiscalização: Aumentar a presença de agentes da PF, Ibama e outros órgãos de fiscalização nas áreas de garimpo e nas rotas de transporte do ouro ilegal.
2. Rastrear a origem do ouro: Implementar um sistema de rastreamento que permita identificar a origem do ouro e garantir que ele seja proveniente de fontes legais e sustentáveis.
3. Combater o financiamento: Investigar e punir os financiadores do garimpo ilegal, que muitas vezes estão por trás de grandes esquemas criminosos.
4. Promover o desenvolvimento sustentável: Oferecer alternativas econômicas para as comunidades que dependem do garimpo, como o ecoturismo e a agricultura sustentável.
5. Conscientizar a população: Informar a população sobre os impactos negativos do garimpo ilegal e a importância de consumir produtos de origem legal e sustentável.
A luta contra o garimpo ilegal é um desafio complexo que exige a união de esforços do governo, da sociedade civil e do setor privado. Somente assim será possível proteger a Amazônia e garantir um futuro sustentável para a região.
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Fonte: https://g1.globo.com
