A Polícia Civil de Roraima (PCRR), em uma ação coordenada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima (MPRR), deflagrou a segunda fase da “Operação Fim de Dança”, desferindo um golpe significativo contra a estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado. A operação revelou um esquema de “lojas” de tráfico de drogas mantido pela facção, com um faturamento estimado em R$ 1,5 mil por dia, parte do qual era destinada à organização criminosa em São Paulo.
A megaoperação, considerada a maior já realizada pela Polícia Civil em Roraima, mobilizou mais de 300 policiais civis, incluindo 51 delegados, distribuídos em 95 viaturas. Foram expedidas 77 ordens judiciais, sendo 22 mandados de prisão preventiva e 64 de busca e apreensão. Até o momento, 17 investigados foram presos, e 15 buscas foram cumpridas. Dois mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo, onde um dos presos atuava na área financeira do PCC em Roraima. Adicionalmente, nove pessoas foram detidas em flagrante durante a operação, incluindo um indivíduo preso em Caracaraí com meio quilo de pasta base de cocaína.
As investigações apontaram para a existência de pelo menos 55 “lojas” de drogas em diferentes regiões de Roraima, com dez pontos de venda identificados apenas em Caracaraí. Cada investigado era responsável por um desses pontos, conforme explicou o delegado Wesley Costa de Oliveira, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e coordenador da operação.
Além das prisões, a polícia apreendeu dois veículos, munições, celulares e drogas, incluindo pasta base de cocaína em Boa Vista, Caracaraí e São João da Baliza. A delegada-geral, Darlinda Moura, classificou a operação como “extremamente exitosa”, ressaltando que não houve feridos entre policiais e investigados.
O delegado João Evangelista, titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), destacou que a operação deve impactar na redução de assassinatos ligados a disputas por território e ao tráfico de drogas. “Esses investigados alimentam toda uma cadeia criminosa. A venda de drogas fomenta furtos, roubos e homicídios. Hoje nós damos um duro golpe no PCC em Roraima”, declarou.
O Domínio do PCC em Roraima
Um estudo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou que o PCC domina a criminalidade em Roraima, estando presente em 13 dos 15 municípios do estado, incluindo a capital Boa Vista, e exercendo domínio exclusivo em cinco deles. A facção, que surgiu há mais de 30 anos em uma prisão e se expandiu para além das fronteiras de São Paulo, conta atualmente com cerca de 40 mil membros e é considerada uma máfia.
A “Operação Fim de Dança” visa desarticular as “lojas” de drogas e reduzir os homicídios decorrentes da disputa por território, atingindo desde as funções operacionais até os setores responsáveis pela movimentação financeira do grupo. A primeira fase da operação prendeu membros do PCC que comandavam o tráfico de drogas em Boa Vista, Rorainópolis, Caracaraí e Mucajaí, incluindo o principal alvo, Rodrigo Alberto Xavier, conhecido como “Sorriso Maroto”.
Dicas para entender o avanço do combate ao crime organizado na Amazônia Legal:
1. Acompanhe as operações policiais: Fique atento às notícias sobre operações como a “Fim de Dança”, que revelam as estratégias e o alcance das facções criminosas na região.
2. Analise os dados de segurança pública: Consulte relatórios e estudos sobre a criminalidade na Amazônia Legal, como os do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para entender as dinâmicas do crime organizado.
3. Entenda a economia do crime: Investigue como o tráfico de drogas, o garimpo ilegal e outros crimes ambientais financiam as facções e corrompem a região.
4. Valorize o trabalho das forças de segurança: Reconheça o esforço dos policiais, promotores e juízes que atuam no combate ao crime organizado, muitas vezes em condições adversas.
5. Apoie iniciativas de desenvolvimento social: Incentive projetos que ofereçam alternativas econômicas e sociais para as comunidades vulneráveis, reduzindo a influência do crime organizado.
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Fonte: https://g1.globo.com
