A médica Mayra Suzanne Garcia Valladão, de 35 anos, enfrenta sérias acusações após ser indiciada por homicídio culposo em decorrência da trágica morte da defensora pública Geana Aline de Souza Oliveira, de 39 anos. O caso, ocorrido em março deste ano em Boa Vista, Roraima, chocou a comunidade jurídica e levanta questões cruciais sobre a segurança em procedimentos ginecológicos. A Polícia Civil, após uma minuciosa investigação, concluiu que houve negligência e imperícia no atendimento prestado à vítima.
Geana Oliveira faleceu em 25 de março, uma semana após se submeter a uma tentativa de implantação de um Dispositivo Intrauterino (DIU) no consultório particular da Dra. Mayra Valladão. A investigação policial, baseada em prontuários, perícias, laudos, exames laboratoriais, imagens do atendimento, depoimentos de profissionais de saúde e mensagens trocadas entre a paciente e a médica, revela um cenário alarmante de falhas e omissões.
De acordo com o inquérito, Geana apresentou febre intensa, dor pélvica aguda e sinais de infecção progressiva logo após o procedimento realizado em 18 de março. Uma inspeção realizada pelas vigilâncias sanitárias municipal e estadual, acompanhada pela Polícia Civil, revelou graves falhas nos protocolos de esterilização dos instrumentos utilizados no consultório da médica. Além disso, constatou-se que o material de reúso era manipulado por pessoa sem qualificação técnica, elevando significativamente o risco de contaminação.
A situação se agrava ao constatar que, mesmo diante do quadro de deterioração da paciente, a médica não providenciou um encaminhamento formal para atendimento de urgência, documento que poderia ter agilizado a triagem e o manejo da paciente no hospital. Peritos confirmaram que a infecção que levou Geana à morte teve origem ginecológica e era compatível com contaminação durante o procedimento, resultando em um quadro de infecção pélvica grave com necrose dos órgãos reprodutivos e evolução para choque séptico.
Após a morte da defensora, boatos sobre uma possível gravidez ou aborto foram descartados pela Polícia Civil, que enfatizou que a conclusão técnica aponta para o procedimento e as falhas associadas como determinantes para o desenvolvimento da infecção que culminou na sepse.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Roraima, que agora decidirá se oferece denúncia contra a médica. A morte de Geana Oliveira não apenas representa uma perda irreparável para sua família e amigos, mas também serve como um alerta sobre a importância da segurança e da qualidade dos serviços de saúde prestados à população.
Relembre o Caso
Geana Oliveira procurou o consultório da Dra. Mayra Valladão em 18 de março para a implantação de um DIU. Após o procedimento, a defensora pública apresentou febre e dores intensas, sendo internada em estado gravíssimo no Hospital Ville Roy, onde faleceu em 25 de março. O Ministério Público de Roraima (MPRR) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) abriram procedimentos para apurar o caso.
A médica, em nota divulgada após a morte da defensora, classificou o ocorrido como uma “fatalidade” e afirmou ter prestado toda a assistência necessária. No entanto, a nota foi posteriormente apagada de seu perfil.
5 Dicas Essenciais para Garantir a Segurança em Procedimentos Ginecológicos:
1. Escolha um profissional qualificado e experiente: Verifique a formação, especialização e experiência do médico, bem como sua reputação e referências.
2. Certifique-se das condições do consultório ou clínica: Observe a higiene, organização e infraestrutura do local, bem como a disponibilidade de equipamentos e materiais adequados.
3. Informe-se sobre o procedimento: Tire todas as suas dúvidas com o médico, incluindo os riscos, benefícios, alternativas e cuidados pós-procedimento.
4. Siga rigorosamente as orientações médicas: Cumpra todas as recomendações do médico antes, durante e após o procedimento, incluindo o uso de medicamentos, repouso e higiene.
5. Esteja atenta aos sinais de alerta: Procure atendimento médico imediato caso apresente febre, dor intensa, sangramento anormal, secreção com mau cheiro ou qualquer outro sintoma incomum após o procedimento.
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Fonte: https://g1.globo.com
