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Prédios fantasmas: o abandono que assombra a paisagem de porto velho

G1

Um cenário peculiar marca a paisagem urbana de Porto Velho: construções inacabadas e abandonadas há anos. Estes edifícios, verdadeiros “elefantes brancos”, contrastam com o desenvolvimento da capital e levantam preocupações sobre segurança, saúde pública e valorização imobiliária.

O problema se concentra, principalmente, em áreas centrais e valorizadas da cidade. Harrisson Rodrigues, professor de engenharia, aponta que esses prédios desvalorizam os imóveis vizinhos, aumentam o risco de proliferação de mosquitos transmissores de doenças e frequentemente são ocupados por pessoas em situação de vulnerabilidade.

Atualmente, Rodrigues coordena um projeto que busca avaliar e propor soluções sustentáveis para esses imóveis ociosos. O grupo já mapeou cinco construções abandonadas na cidade: o Condomínio Porto Real, o Edifício Millennium, o antigo Hotel Vila Rica, o antigo Shopping Popular e um prédio localizado na Avenida Rio Madeira, em frente ao Porto Velho Shopping.

Corretor de imóveis na capital, Ednaldo Pereira relata dificuldades em fechar negócios devido à proximidade de imóveis com essas estruturas abandonadas. Segundo ele, compradores consideram essas áreas inseguras e desvalorizadas. Pereira destaca ainda que muitos desses prédios são alvos de disputas judiciais entre herdeiros, o que impede a definição de um destino para as propriedades e acelera sua deterioração.

Apesar do cenário preocupante, existem iniciativas para revitalizar alguns desses espaços. O antigo Hotel Vila Rica, por exemplo, deverá ser transformado em um hospital, fruto de uma parceria entre a Faculdade Católica de Rondônia e a IRB Prime Care.

Para os outros quatro prédios mapeados, o projeto coordenado pelo professor Rodrigues apresentou propostas específicas:

Condomínio Porto Real: Demolição controlada, devido ao risco de colapso, e construção do Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA) no local.
Edifício Millennium: Revitalização completa para se tornar um centro educacional sustentável, com salas de aula e uma horta comunitária.
Antigo Shopping Popular: Requalificação para uso comercial e social, visando incentivar o empreendedorismo local e transformar o espaço em um polo econômico e turístico.
Prédio da Avenida Rio Madeira: Recuperação para abrigar o “Memorial Rondônia”, um espaço cultural e educativo com salas de exposição, auditório e áreas verdes, com foco em energia sustentável.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade (Semdec) informou que ainda não possui um levantamento dos prédios abandonados na capital, mas que estuda a revitalização de alguns imóveis para uso comunitário, como o antigo Teatro Municipal, que poderá ser transformado em escola de balé ou música. Até o momento, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (CREA-RO) não se manifestou sobre o assunto.

Fonte: g1.globo.com

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