Um pescador esportivo teve uma surpresa incomum durante uma pescaria no rio Madeira, em Porto Velho. João Cordeiro fisgou um peixe com uma peculiaridade notável: a ausência de uma nadadeira. O momento foi registrado em vídeo e compartilhado nas redes sociais, atraindo a atenção dos internautas.
Cordeiro relatou que a condição do peixe aparentava ser congênita, já que não havia sinais de ferimentos ou cicatrizes na área onde a nadadeira deveria estar. Apesar da falta do membro, o animal demonstrou vigor ao ser fisgado.
“Essa marca não parece ter sido arrancada. É lisa, lisinha, sem nenhuma interferência externa. E mesmo sem a nadadeira, ele brigou normal, brigou bonito”, afirmou o pescador, impressionado com a força do peixe.
Embora incomum, essa não foi a primeira vez que Cordeiro se deparou com um peixe com essa característica. Ele mencionou que, em outra ocasião, um amigo também capturou um peixe com a mesma peculiaridade. “Eu já tinha visto um peixe assim uma vez. Meu amigo pegou um parecido, um pouquinho maior, mas com a mesma condição”, relatou.
De acordo com o professor Fernando Dagosta, especialista em diversidade e biogeografia de peixes de água doce, o termo “com deficiência” é mais adequado para o contexto humano e não é comumente aplicado na biologia de peixes. Ele explicou que anomalias como a observada no peixe fisgado por Cordeiro podem ocorrer ocasionalmente na natureza.
Dagosta ressaltou que a capacidade de sobrevivência do peixe depende de diversos fatores, como a espécie, o ambiente e o tipo de nadadeira ausente. No caso do peixe filmado, a falta da nadadeira peitoral esquerda aparentemente não o impediu de se manter ativo e se alimentar, indicando que ele estava desempenhando seu papel no ecossistema.
No entanto, o professor observou que a falta de uma nadadeira, especialmente quando afeta apenas um lado do corpo, pode dificultar a locomoção e gerar um desequilíbrio. “Certamente, a vida dele é mais difícil do que a dos demais peixes iguais. As nadadeiras pares têm em ambos os lados do corpo exatamente para serem simétricas. Perdendo uma dessas nadadeiras, esse peixe vai ter um desbalanço”, explicou Dagosta.
Fonte: g1.globo.com
