PUBLICIDADE

Lula defende modelo inovador de financiamento climático na cop30

© Ricardo Stuckert/PR

Em visita à Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil apresentará um novo modelo internacional de financiamento climático durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém a partir de 10 de novembro. O objetivo é impulsionar a conservação dos recursos naturais em escala global.

Lula enfatizou a importância do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será oficialmente lançado na COP30. O fundo visa remunerar os serviços ecossistêmicos prestados pelas florestas tropicais ao planeta. “As universidades continuarão a desempenhar um papel decisivo no enfrentamento à crise climática. Seus alertas sobre os riscos ambientais que ameaçam o planeta devem ser ouvidos com urgência”, afirmou o presidente.

A iniciativa é vista como uma alternativa à escassez de recursos para a transição energética justa e planejada, uma década após a assinatura do Acordo de Paris, tratado internacional de 2015 que busca combater as mudanças climáticas e seus impactos.

“Na busca por lucros ilimitados, muitos se esquecem de cuidar do planeta Terra”, declarou Lula. “As mudanças climáticas podem levar 132 milhões de pessoas a mais para a extrema pobreza até 2030. Uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para uma transição justa e planejada. Sobretudo, falta tempo para corrigir rumos.”

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) tem como foco remunerar os países que garantem a conservação de suas florestas tropicais. Em setembro, foi anunciado um investimento brasileiro de US$ 1 bilhão nesse fundo. Estima-se que mais de 70 países em desenvolvimento, detentores de florestas tropicais, poderão se beneficiar desse mecanismo proposto pelo Brasil.

Aproximando-se da COP30, a primeira conferência climática a ser realizada na Amazônia, o presidente reafirmou o compromisso do Brasil com o combate às mudanças climáticas, chamando a COP30 de “COP da verdade”. “Será o momento de superar a ganância extrativista e agir com base na ciência”, disse.

Lula criticou o fato de que menos de 70 países apresentaram novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas – NDCs). Ele cobrou um maior envolvimento global no combate às mudanças climáticas: “Dentre os maiores poluidores, apenas 14 países cumpriram com seu dever de casa”.

O presidente alertou que, mesmo que as atuais NDCs sejam cumpridas, o planeta provavelmente ultrapassará o limite de 1,5°C de aumento da temperatura estabelecido em 2015. Ele enfatizou a urgência de evitar esse aumento, pois a ciência indica que os ecossistemas do planeta podem sofrer transformações irreversíveis, atingindo um “ponto de não retorno”.

“Pesquisadores apontaram que a mortalidade generalizada dos recifes de corais de águas quentes pode ser o primeiro ponto de não retorno ultrapassado pela humanidade. [A destruição das] florestas tropicais são um ponto de não retorno que devemos evitar a todo custo”, alertou Lula.

O presidente concluiu seu discurso lembrando que 30 milhões de pessoas vivem na Amazônia brasileira e têm o direito de viver com dignidade.

A agenda de Lula na Malásia se estende até terça-feira (28), incluindo um encontro com empresários do país e da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Leia mais

PUBLICIDADE