Em Brasília, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou um acordo de cooperação com ministros de segurança de países do Mercosul, visando fortalecer a luta contra o tráfico de pessoas e o crime organizado. O anúncio foi feito durante um encontro na quinta-feira (13), onde Lewandowski defendeu a integração de dados de segurança entre as nações que compõem o bloco.
Lewandowski mencionou que o projeto de Lei Antifacção, em discussão na Câmara dos Deputados, prevê a criação do Banco Nacional de Informações sobre o Crime Organizado. Ele expressou otimismo quanto à evolução dessa iniciativa para um banco regional de dados sobre criminosos, especialmente membros de organizações criminosas.
O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Escudero, ressaltou que a integração é fundamental no combate ao crime organizado. Segundo ele, os acordos com os países do Mercosul serão ampliados como forma de enfrentar as facções criminosas de maneira mais eficaz. “Mais do que enfrentá-los, precisamos ser mais criativos, mais rápidos, porque senão é uma luta assimétrica”, afirmou Escudero, que assumirá a presidência pró tempore do grupo de ministros responsáveis pela segurança pública.
O acordo de cooperação no combate ao tráfico de pessoas foi destacado como um avanço importante contra o crime que afeta os países do bloco. Lewandowski enfatizou que essa ferramenta permitirá combater um crime frequentemente direcionado contra pessoas indefesas.
Foi criada também uma comissão e uma estratégia do Mercosul contra o crime organizado transnacional, visando uma integração ainda maior dos Estados-membros em curto, médio e longo prazo.
Além disso, foi assinada uma declaração conjunta para a segurança do corredor viário bioceânico, que ligará o Atlântico ao Pacífico por terra e hidrovias, e outra declaração de vigilância de crimes que afetam o meio ambiente.
A Secretária de Seguridade Nacional da Argentina, Alejandra Montioliva, destacou que nenhum país pode responder efetivamente ao crime organizado de forma isolada. Segundo ela, a articulação de respostas requer cooperação e integração, com viabilidade técnica e política.
Lewandowski explicou que os acordos de cooperação representam uma declaração de intenções que será concretizada em ações e programas elaborados pelas equipes dos países. O ministro paraguaio acrescentou que as autoridades do bloco estão se atualizando para enfrentar as práticas do crime organizado, que evoluíram significativamente nas últimas décadas, incluindo a ciberdelinquência.
Sobre o tráfico de drogas, o ministro paraguaio lamentou o impacto destrutivo sobre vidas em todo o continente, classificando-o como um problema de segurança e saúde pública.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
