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Por que os cavalos mordem? entenda os sinais e o que fazer

Maria Fernanda da Silva Santos

Cavalos, conhecidos por expressarem suas emoções através de sons e movimentos corporais, podem gerar surpresa em seus tutores quando manifestam comportamentos agressivos como mordidas. Embora alarmante, o ato de morder, em determinados contextos, pode ser considerado normal, mas também sinalizar algum problema subjacente.

De acordo com um veterinário especialista, a mordida é uma forma de comunicação natural entre cavalos. Eles a utilizam para brincar, defender-se ou até mesmo para estabelecer hierarquia dentro do grupo. No entanto, quando esse comportamento se volta contra pessoas, geralmente indica um desequilíbrio no manejo ou na relação com o animal.

Existem diversos fatores que podem levar um cavalo a morder, nem sempre relacionados à agressividade. Desconforto físico, como selas mal ajustadas ou problemas dentários e nos cascos, podem ser a causa. Medo e insegurança, quando o animal se sente encurralado, também contribuem. Tédio e frustração, comuns em ambientes carentes de estímulos, e disputas por hierarquia são outros motivos. Em cavalos jovens, o comportamento pode derivar da curiosidade e das brincadeiras. A mordida não deve ser vista como um “mau hábito” isolado, mas sim como um sintoma de uma causa importante a ser identificada e corrigida.

Antes de morder, o cavalo geralmente demonstra sinais de desconforto. Observar a linguagem corporal é crucial para evitar acidentes. Orelhas voltadas para trás, movimentos bruscos de cabeça, tensão no pescoço e nos ombros, e uma postura retraída são indicativos de que algo não está bem. A mordida pode ser uma reação à dor, ao medo ou à frustração. Um cavalo com dor, devido a problemas na sela, nos dentes ou nos cascos, pode morder como uma forma de expressar “pare” ou “afaste-se”.

A falta de estímulos e a ausência de socialização podem levar a comportamentos negativos como forma de escape. Ao invés de considerar o cavalo mal-educado, é importante tentar entender o que ele está tentando comunicar.

Um manejo adequado é essencial para prevenir comportamentos indesejados. Alimentação balanceada, socialização e uma rotina estável são pilares para o bem-estar dos cavalos. A privação social, como o isolamento em baias, pode gerar estresse e, consequentemente, comportamentos agressivos. Cavalos são animais sociais, e a privação pode se manifestar em mordidas ou outros comportamentos problemáticos. O cavalo deve ser tratado como um animal social, com necessidades físicas e mentais.

A idade também influencia no comportamento. Potros e cavalos jovens mordem mais por brincadeira e curiosidade, enquanto em adultos, as mordidas geralmente estão ligadas à dor, ao desconforto ou a um comportamento de domínio.

As mordidas de cavalo podem causar ferimentos graves, desde cortes e hematomas até fraturas, principalmente nas mãos e nos dedos, devido à força da mandíbula do animal. Além dos danos físicos, há impactos psicológicos, como o medo de se aproximar do cavalo, o que pode comprometer a relação de confiança.

Em caso de acidente, é crucial lavar a ferida com água e sabão e procurar atendimento médico. Pode haver necessidade de suturas, antibióticos ou vacinação antirrábica e antitetânica. O veterinário também deve avaliar o cavalo para identificar a causa do comportamento e ajustar o manejo.

As mordidas também representam risco de infecção, já que a boca do cavalo contém muitas bactérias. Se a pele for rompida, a chance de infecção aumenta significativamente. Em casos mais graves, há risco de transmissão de doenças que podem atingir humanos. Por isso, toda mordida deve ser tratada com seriedade, mesmo que pareça superficial, sendo essencial buscar avaliação médica imediata.

Apesar dos riscos, é possível treinar o cavalo para não morder. O segredo está em compreender a causa do comportamento e adotar métodos de adestramento baseados em reforço positivo. Recompensar atitudes corretas e evitar punições severas são estratégias eficazes. Consistência, paciência e empatia são fundamentais para construir confiança e eliminar comportamentos indesejados. O temperamento individual é mais determinante do que a raça. É preciso avaliar o indivíduo, considerando seu passado, ambiente e rotina.

Fonte: canaldopet.ig.com.br

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