A Polícia Federal realizou uma inspeção detalhada na área da COP 30, em Belém, que foi palco de um incêndio recente. A ação, ocorrida na noite de quinta-feira (20), visa facilitar a devolução de objetos pessoais deixados para trás pelos participantes, muitos dos quais têm compromissos de viagem urgentes.
Segundo informações de um representante que atua como elo entre a ONU e as Forças Armadas, a inspeção minuciosa permitirá um controle mais eficiente dos itens remanescentes na chamada Zona Azul. O objetivo principal é garantir que os pertences sejam devolvidos aos seus proprietários, especialmente aqueles que necessitam urgentemente de documentos como passaportes para embarcar em voos já agendados.
A Zona Azul, área restrita da ONU dentro da COP, já foi restabelecida e voltou a operar por volta das 20h40 da mesma quinta-feira. A reabertura foi possível após a emissão do alvará de funcionamento e do atestado de segurança pelo Corpo de Bombeiros, que liberou o espaço para ser novamente utilizado pela ONU.
Apesar da reabertura, alguns participantes ainda enfrentam dificuldades para recuperar seus pertences. Gisele Obara, diretora da ONG belga Trias, aguarda ansiosamente a autorização para entrar na área e recuperar sua mala, na esperança de ainda conseguir embarcar para a Bélgica no mesmo dia. Situação semelhante vive Magali Coppenolle, observadora internacional da Climate Bonds Initiative, que também tem seus pertences retidos no guarda-volumes do evento. Magali expressou preocupação, pois seu voo para a Europa estava programado para poucas horas após o incidente e, devido à impossibilidade de acessar seus pertences, teme que sua bagagem permaneça no Brasil.
O incêndio, que causou a evacuação da Zona Azul, teve início em um dos pavilhões, próximo ao espaço da Comunidade da África Oriental, onde ocorria um painel. A organização do evento informou que 21 pessoas receberam atendimento médico no local devido à inalação de fumaça, e ao menos três foram encaminhadas para o Hospital Metropolitano com quadros de intoxicação. O governo do Pará e a prefeitura de Belém emitiram comunicados garantindo que não houve feridos graves no incidente.
O combate ao incêndio foi considerado bem-sucedido, e o foco das equipes se voltou para a exaustão da fumaça densa que se espalhou pelos ambientes internos. A fumaça também atingiu o sistema de refrigeração do local, dificultando ainda mais a tarefa de limpeza.
Um membro do Corpo de Bombeiros informou que os materiais utilizados na montagem da estrutura da conferência são considerados não inflamáveis. No entanto, a presença de materiais inflamáveis dentro dos estandes, como equipamentos e objetos pessoais, contribuiu para aumentar a carga de incêndio.
Fonte: g1.globo.com
