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Níquel e cobre impulsionam economia e transição energética no pará

G1

Empresas do setor mineral no Pará identificam o níquel e o cobre como elementos cruciais tanto para a transição energética quanto para a fabricação de tecnologias de baixo carbono. Especialistas defendem que a vasta riqueza mineral do estado pode ser explorada de forma a equilibrar os benefícios econômicos com a mitigação dos impactos socioambientais.

Dados do Boletim da Mineração Paraense de 2025, referentes ao ano de 2024, revelam que os minerais representaram cerca de 72% das exportações do estado. A produção mineral paraense gerou R$ 99,5 bilhões em 2024, correspondendo a 35,4% da produção mineral total do Brasil.

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), todos os empreendimentos de minerais estratégicos em operação no Pará possuem licenciamento ambiental, estando em diferentes fases: Licença Prévia, Licença de Instalação ou Licença de Operação.

Em 2024, a extração de níquel no Pará, mineral essencial para a produção de baterias elétricas, atingiu 1 milhão de toneladas, representando aproximadamente 10% da produção nacional. Paralelamente, o cobre, indispensável em veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e fiações elétricas, também se destaca.

A produção paraense de cobre, material alinhado com os princípios da economia circular e da eficiência energética, e que permite reciclagem, alcançou a marca de 56 milhões de toneladas em 2024, correspondendo a cerca de 64% da produção brasileira total.

Eduardo Martins, ex-presidente do Ibama e atual diretor do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (Gaas), enfatiza a importância de um diagnóstico completo da região onde se pretende instalar um empreendimento mineral. Segundo ele, é crucial entender a infraestrutura existente, a organização social e os serviços disponíveis, além de identificar os principais problemas enfrentados pela mineração na Amazônia e as iniciativas implementadas para solucioná-los.

No sudeste do Pará, em São Félix do Xingu, está localizado um dos maiores depósitos de níquel sulfetado do mundo, conforme afirma Bruno Scarpelli, diretor executivo da Centaurus Metals. A empresa desenvolve o Projeto Jaguar na região desde 2019, realizando pesquisa mineral, trabalhos de engenharia e licenciamento ambiental, com foco na exploração de níquel sulfetado. Scarpelli explica que o níquel sulfetado é separado dos demais minerais por flotação, um processo mais simples, econômico e com menor impacto ambiental, ao contrário do níquel laterítico, que exige queima em fornos.

Empresas com atuação consolidada na região, como a Vale, também investem no potencial do níquel e do cobre, buscando alinhá-los à transição energética. Gildiney Sales, diretor do Corredor Norte da Vale, destaca que a companhia produz minério de ferro, cobre e níquel, minerais essenciais para a descarbonização e a transição energética global. A Vale prevê investimentos de R$ 70 bilhões até 2030 no minério de ferro na região de Carajás, bem como na expansão da produção de cobre em 32%, segundo Alfredo Santana, diretor Global de Operações da Vale Metais Básicos.

Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aborda os desafios socioambientais da exploração mineral no Brasil, apontando que, apesar da legislação ambiental rigorosa, a atividade pode gerar impactos significativos, o que exige uma gestão sustentável para minimizar danos. Rômulo Simões, professor da UFPA, ressalta que a extração e o processamento de minerais sempre acarretam consequências, como em outras atividades humanas, ilustrando o aparente paradoxo da necessidade humana por minerais e os impactos inerentes à sua produção.

Fonte: g1.globo.com

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