Marabá (PA) se tornou palco de um importante evento dedicado à educação inclusiva. O Seminário de Práticas Exitosas na Educação Especial, realizado no Teatro Municipal Eduardo Abdelnor, reuniu educadores, mediadores e especialistas para compartilhar e celebrar estratégias inovadoras e tecnologias assistivas que estão transformando o aprendizado de alunos com necessidades educacionais especiais. Organizado pelo Departamento de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (DEE/Semed), o seminário apresentou um conjunto de materiais pedagógicos e abordagens que serão compilados em um e-book, prometendo ser um guia valioso para profissionais da área.
O e-book, intitulado “Inclusão Escolar – O atendimento educacional especializado na prática: estratégias inovadoras e tecnologias assistivas no município de Marabá”, reunirá mais de 170 materiais produzidos por mediadores e professores das salas de recursos da cidade. Essa iniciativa visa não apenas documentar as práticas bem-sucedidas, mas também disseminá-las, permitindo que outros educadores se inspirem e adaptem essas estratégias para suas próprias realidades.
Thais Mendes, coordenadora de Educação Especial da Semed, destacou a importância do evento como um marco para a educação especial em Marabá (PA). Segundo ela, o e-book proporcionará acesso a atividades exitosas desenvolvidas ao longo do ano, beneficiando alunos com deficiência e promovendo uma educação mais inclusiva e eficaz.
A ideia do seminário e do e-book surgiu a partir da trilha formativa da secretaria, que teve como tema as tecnologias assistivas. Marta Pereira, formadora da Semed, explicou que as formações abordaram bases teóricas que permitiram aos professores do atendimento educacional especializado e aos mediadores trabalharem de forma mais direcionada com os alunos em sala de aula e nas salas de recursos.
Como resultado dessa iniciativa, os profissionais foram convidados a selecionar os materiais produzidos que obtiveram maior sucesso nas aplicações com os alunos. Para cada material, foi preenchido um roteiro detalhado
Um dos exemplos apresentados no seminário foi o trabalho de Claudiane Miranda, mediadora no Núcleo de Educação Infantil Marluse Ferreira da Silva. Ela desenvolveu um material pedagógico em parceria com o ensino regular, voltado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), transtornos de linguagem e deficiência intelectual.
Segundo Claudiane, o material tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento de habilidades específicas e promover a interação social das crianças da educação infantil. Ele utiliza recursos concretos, como papelão e materiais impressos, para trabalhar números e quantidades de forma lúdica e acessível. A mediadora ressaltou a importância da troca de experiências com outros profissionais da área durante o evento.
Outra prática exitosa apresentada foi a da professora Catiane Abreu, da Sala de Recursos da Escola Jarbas Passarinho. Ela desenvolveu um produto para atender as demandas de uma aluna da educação infantil com limitações em relação à cognição, memória, atenção e habilidades sociais.
A equipe da escola utilizou o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) como metodologia, que se baseia em três princípios: o que aprender, como aprender e o porquê aprender. Como a aluna demonstrava interesse pelo universo das princesas, foram criadas atividades com essa temática, especialmente voltadas para a história da Branca de Neve e os sete anões.
Foram realizadas leituras, utilizado um livro paradidático e exibido o desenho animado da Branca de Neve. Além disso, foram construídos jogos da memória e um mural interativo com peças manipuláveis, permitindo que a criança reconstruísse a história e criasse novos aprendizados. Catiane relatou que, ao final do processo, foram observados avanços significativos nas habilidades cognitivas, na memória, na atenção e nas habilidades sociais da aluna.
Georgina Pinheiro, coordenadora pedagógica do Centro de Atendimento Especializado à Pessoa Surda (Caes), destacou a importância do seminário para mostrar à sociedade o trabalho desenvolvido pela Educação Especial. Ela ressaltou que o Caes não se limita ao atendimento interno, mas também atua nas escolas, oferecendo suporte e recursos para alunos surdos.
Segundo Georgina, o Caes possui uma vasta amostra de trabalhos pedagógicos desenvolvidos ao longo dos anos, tanto em Libras quanto em Português, Matemática e oralização. São utilizados jogos pedagógicos para trabalhar alfabetização, leitura, interpretação de texto, conhecimento matemático e o desenvolvimento da fala dos alunos deficientes auditivos. O objetivo principal é proporcionar aos alunos as ferramentas necessárias para aprender, crescer e se desenvolver plenamente.
O Seminário de Práticas Exitosas na Educação Especial de Marabá (PA) foi um momento de celebração e aprendizado, que evidenciou o compromisso dos educadores e da administração municipal com a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos. O e-book que será lançado em breve promete ser um importante instrumento para inspirar e orientar profissionais da área em todo o país.
Dicas para Promover a Inclusão na Educação Especial:
1. Invista em formação continuada: Ofereça aos professores e mediadores oportunidades de aprimorar seus conhecimentos sobre tecnologias assistivas e estratégias pedagógicas inovadoras.
2. Adapte o currículo: Modifique o conteúdo e as atividades para atender às necessidades individuais de cada aluno, utilizando o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) como guia.
3. Crie um ambiente acolhedor: Incentive a interação social e o respeito às diferenças, promovendo a inclusão em todas as atividades escolares.
4. Utilize recursos tecnológicos: Explore o potencial das tecnologias assistivas para facilitar o aprendizado e a comunicação dos alunos com deficiência.
5. Estabeleça parcerias: Trabalhe em conjunto com famílias, profissionais de saúde e outras instituições para oferecer um suporte completo e integrado aos alunos.
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Fonte: https://maraba.pa.gov.br
