O Maranhão se destacou negativamente no cenário da segurança pública da Amazônia Legal em 2024, sendo o único estado a registrar um aumento na taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI). Os dados, que abrangem os 181 municípios maranhenses inseridos no território amazônico, revelam uma tendência preocupante, em contraste com a diminuição observada nos demais estados da região.
O levantamento, que consolida estatísticas oficiais das secretarias de Segurança Pública e projeções populacionais do IBGE, aponta que o Maranhão apresentou uma taxa de 29,7 homicídios por 100 mil habitantes em 2024, um aumento de 11,5% em relação aos 26,6 registrados em 2023. Em números absolutos, as cidades maranhenses da Amazônia Legal somaram 1.731 mortes violentas no ano passado.
Enquanto o Maranhão enfrentava essa escalada da violência, os demais estados da Amazônia Legal apresentaram reduções significativas nas suas taxas de MVI. O Amapá liderou a queda, com uma diminuição de 30,6% (de 64,9 para 45,1 mortes por 100 mil habitantes), seguido por Tocantins, com 27,9% (de 27,4 para 19,8 mortes por 100 mil habitantes) e Roraima, com 27,1% (de 25,5 para 18,6 mortes por 100 mil habitantes). Amazonas, Acre, Pará e Mato Grosso também registraram quedas, enquanto Rondônia se manteve estável.
A análise relaciona o aumento da violência letal no Maranhão a fatores como o crescimento e a expansão das facções criminosas, a forte presença desses grupos em 53 municípios, e o aumento drástico dos conflitos por terra, com destaque para o município de Timbiras, que lidera o ranking nacional nesse tipo de ocorrência. A pressão crescente dos conflitos por terra sobre áreas rurais, comunidades tradicionais e zonas de expansão agrícola, especialmente no MATOPIBA, também é apontada como um fator contribuinte.
Mortes Violentas Intencionais (MVI) correspondem à soma das vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, feminicídios e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.
O governo do Maranhão foi procurado para comentar os dados e o aumento da violência e das facções criminosas no estado nos últimos anos.
Fonte: g1.globo.com
