Manifestantes se reuniram no Rio de Janeiro, neste sábado (22), na 4ª Marcha Trans & Travesti, realizada nos Arcos da Lapa, com o tema “Independência não Morte”. O principal objetivo da marcha foi denunciar a violência sistemática enfrentada por pessoas trans e travestis no Brasil, país considerado o mais letal para essa população.
A marcha busca atrair apoio para as organizações que, com recursos limitados, trabalham para reverter esse quadro de violência, e exigem a garantia e ampliação de direitos. “Os nossos corpos seguem sendo alvo da extrema-direita que nega a nossa existência, financiada com recursos bilionários em todo o mundo”, declarou Gab Van, coordenador-geral da Marcha.
Durante o evento, a transexual Karyn Cruz procurou o posto da Defensoria Pública do Rio, montado no local, para realizar a retificação civil de seu nome. Ela enfatizou a importância de espaços como este para afirmar e reafirmar a inserção da população trans na sociedade.
A atriz Frida Resende também esteve presente na marcha, expressando o orgulho de ser uma mulher travesti. “A marcha é fundamental para o nosso futuro. Para a gente continuar existindo. Por muito tempo eu tive a minha existência reprimida. Estar na marcha é afirmar a minha liberdade”, afirmou.
Dados do Dossiê “Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2024”, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), revelam que a expectativa de vida da população trans é de apenas 35 anos, enquanto a média nacional ultrapassa os 75 anos.
O dossiê também aponta que a média de idade das vítimas de assassinato em 2024 foi de 32 anos, com a maioria das vítimas (78%) sendo pessoas trans pretas e pardas, e 49% tendo entre 18 e 29 anos.
Além da retificação do nome civil oferecida pela Defensoria Pública, a Secretaria Estadual de Saúde, em parceria com o ambulatório trans do Hospital Universitário Pedro Ernesto, disponibilizou serviços como testagem rápida para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e emissão de ofícios de gratuidade para obtenção de 2ª via de documentos para casamentos e união estável.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
