Uma multidão estimada em 500 mil pessoas tomou a Esplanada dos Ministérios em Brasília, nesta terça-feira (25), para a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras por Reparação e Bem-Viver. O evento, que teve como símbolo uma enorme mulher negra inflável com a faixa presidencial “Mulheres Negras Decidem”, reuniu caravanas de todo o país para reivindicar direitos e visibilidade.
Cláudia Vieira, do Comitê Nacional da Marcha, enfatizou a importância do evento como um marco para o país. “Queremos que a marcha deixe um legado, apresentando ao Brasil e ao mundo a necessidade de olhar para a população negra como prioridade”, declarou.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, marcou presença, acompanhada pelas deputadas Talíria Petrone e Benedita da Silva. Em um carro de som, Anielle destacou que a presença do ministério representa uma ponte entre o movimento e o Estado, reafirmando o compromisso de avançar na luta por reparação e bem-viver.
A marcha também foi um momento de lembrança e homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 2018. Luyara Franco, filha de Marielle e diretora executiva do Instituto Marielle Franco, ressaltou que “não há democracia sem mulheres negras”.
A violência contra a população negra foi um tema central do evento. Um tapete com fotos de vítimas da violência em favelas do Rio de Janeiro simbolizou a dor e a luta por justiça. Daniela Augusto, do Movimento Mães de Maio na Baixada Santista, denunciou o Estado brasileiro como o principal violador dos jovens negros.
A marcha também levantou a questão da representatividade nos espaços de poder. Uma grande bandeira do Brasil pedia a indicação de uma mulher negra para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A professora Maria Edna Bezerra da Silva, da Universidade Federal de Alagoas, reivindicou o aumento da presença de docentes negros nas universidades.
Apesar de ser um movimento liderado por mulheres, a marcha contou com a participação de homens que apoiam a causa da igualdade de gênero. Leno Farias, do Ceará, destacou a importância do matriarcado em sua vida e a necessidade de combater a violência contra as mulheres.
Centenas de mulheres quilombolas também marcaram presença, reivindicando o reconhecimento de seus territórios e o apoio para a preservação de sua cultura e meio ambiente.
O encerramento da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras reafirmou a organização e a força das mulheres afro-brasileiras, afro-latinas e afro-caribenhas na luta por um futuro mais justo e democrático.
5 Dicas para Apoiar a Luta das Mulheres Negras:
1. Informe-se: Busque conhecer a história, os desafios e as conquistas das mulheres negras no Brasil e no mundo.
2. Amplifique suas vozes: Compartilhe conteúdos produzidos por mulheres negras, divulgue seus trabalhos e projetos.
3. Apoie iniciativas: Contribua com organizações e movimentos que atuam em defesa dos direitos das mulheres negras.
4. Combata o racismo: Denuncie casos de discriminação racial e promova a igualdade em todos os espaços.
5. Seja um aliado: Apoie as mulheres negras em suas lutas, ofereça suporte e esteja presente quando precisarem.
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