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Leitura infantil promove empatia, afirma presidente da biblioteca nacional

© Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, surge como uma oportunidade valiosa para incentivar o hábito da leitura desde a infância, impulsionando o desenvolvimento individual. A visão é compartilhada pelo presidente da Biblioteca Nacional (BN), Marco Lucchesi.

“Uma infância marcada pelo impacto da leitura leva à compreensão tanto do universo dos livros quanto do livro do mundo. São descobertas complementares. A criança cria internamente jornadas para outros mundos, exercitando a liberdade, a imaginação, a criatividade e, de forma notável, a empatia”, pontua Lucchesi.

Acrescenta ainda: “A criança começa a perceber outras formas de vida, diferentes organizações de mundo, outras manifestações de afeto que espelham ou contrastam com sua própria realidade. E, acima de tudo, desenvolve essa empatia”.

Lucchesi recorda que a data comemorativa coincide com o aniversário da Biblioteca Nacional, que completa 215 anos de história e contribuições para o país, construindo uma política de memória que atravessa gerações.

“O livro expande a sensibilidade, a imaginação, o intelecto e o espírito da criança, guiando-a para uma vida adulta mais generosa e fraterna”, afirma.

A Fundação Biblioteca Nacional intensifica as atividades da Casa da Leitura, criada em 1993 com o objetivo de formar leitores e garantir o acesso democrático à literatura, especialmente para o público infantil e juvenil. A unidade está localizada no Rio de Janeiro, funcionando de segunda a sexta-feira.

“A Casa da Leitura desempenha um papel crucial ao criar novas vozes e ampliar o espaço de crianças e adolescentes”, ressalta Lucchesi.

A Biblioteca Nacional inaugurou recentemente uma biblioteca em um hospital, sob sua coordenação, no Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) no Rio de Janeiro. O objetivo é implementar a biblioterapia, utilizando o livro como ferramenta terapêutica para crianças, acompanhantes e equipes médicas.

“Pretendemos expandir esse projeto para outros hospitais, humanizando esses espaços com bibliotecas sob a curadoria da BN”, explica Lucchesi.

Outra iniciativa socioeducativa da Biblioteca Nacional, prevista para fevereiro do próximo ano, visa levar livros a adolescentes privados de liberdade. Lucchesi enfatiza a importância de aprender com as pessoas como elas interpretam a leitura.

Godofredo de Oliveira Neto, da Academia Brasileira de Letras (ABL), destaca o potencial do livro para impulsionar a cognição infantil e promover um mundo mais humanista. Ele ressalta a importância do livro como material didático e paradidático nas escolas, enfatizando que o livro impresso persiste ao lado do digital.

Oliveira Neto menciona a experiência da Suécia, que reavaliou a decisão de abolir o livro impresso. Ele defende a importância de livros de conhecimento geral para a formação da criança.

Sobre a literatura de ficção, Oliveira Neto observa que a experiência de ler com crianças em sala de aula revela a conexão entre a criação de mundos ficcionais e as histórias criadas pelas próprias crianças, incentivando o gosto pela leitura.

O presidente da ABL, Merval Pereira, enfatiza o poder transformador da leitura e a importância de incentivar o amor aos livros, promovendo o acesso à leitura desde os primeiros anos de vida.

Hubert Alqueres, da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e da Câmara Brasileira de Livros (CBL), destaca a importância do Dia Nacional do Livro, especialmente este ano, em que o Rio de Janeiro é a Capital Mundial do Livro pela Unesco.

“A leitura enriquece o vocabulário, o raciocínio, a sensibilidade e a criatividade. Para os jovens, amplia horizontes e desenvolve o senso crítico. Para pessoas em momentos de dificuldade, o livro é uma companhia valiosa”, afirma Alqueres.

Alqueres enfatiza a importância de políticas públicas eficazes para atrair leitores de todas as idades, tanto na educação quanto na cultura.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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