Uma cerimônia marcou o início do processo de beatificação do padre Nazareno Lanciotti, em Cuiabá, nesta quinta-feira (20). O padre, que dedicou sua vida a combater injustiças e denunciar abusos de poder, foi assassinado há mais de duas décadas, após ser baleado em Jauru, Mato Grosso, região onde desenvolveu seu trabalho no Brasil.
A Igreja Católica autorizou o processo de beatificação em abril deste ano, com o aval do Papa Francisco para a abertura da etapa que precede a possível canonização. Se concretizada, a canonização poderá reconhecer o sacerdote italiano como santo.
Em 2007, a Santa Sé autorizou a investigação sobre a vida e o martírio de Nazareno Lanciotti. O reconhecimento como mártir dispensa a necessidade de comprovação de um milagre para a beatificação. Contudo, a canonização exigirá a validação de um milagre atribuído à sua intercessão.
O Arcebispo de Cuiabá, Dom Mário Antônio, enfatizou que este reconhecimento marca a trajetória da Igreja em Mato Grosso e, especialmente, a atuação do padre. “É um processo de reconhecimento da santidade das pessoas, da vivência do evangelho e do compromisso com a dignidade das pessoas”, declarou.
Nascido na Itália em março de 1940, Nazareno Lanciotti foi ordenado sacerdote em 1966. Após alguns anos de ministério em Roma, conheceu a Operação Mato Grosso e chegou ao estado em 1971.
O sacerdote criou 57 comunidades eclesiais rurais e, em 1987, ingressou no Movimento Sacerdotal Mariano, sendo nomeado diretor nacional para o Brasil.
Entre suas iniciativas, o padre fundou a casa de repouso para idosos ‘Coração Imaculado de Maria’, além de um seminário, uma escola e um hospital.
Padre Nazareno foi morto em 2001 enquanto jantava com colaboradores. Ele foi gravemente ferido por dois criminosos encapuzados que invadiram sua casa e faleceu 11 dias depois, aos 61 anos.
Fonte: g1.globo.com
