Um novo documentário lança luz sobre a rica história e a inabalável resiliência do Bloco Filhas de Gandhy, um ícone da cultura afro-brasileira. O lançamento ocorre durante o mês da consciência negra, período dedicado à reflexão sobre a história e a luta da população negra no Brasil.
Fruto do projeto Sons da Independência, o documentário reúne depoimentos de fundadoras, lideranças atuais e jovens integrantes do primeiro afoxé feminino do Brasil. Fundado em 1979, em Salvador, o Filhas de Gandhy se tornou um símbolo da negritude feminina e da ancestralidade africana.
De acordo com Silvana Magda, diretora executiva e artística do grupo, o documentário visa mostrar que as mulheres do Filhas de Gandhy são o coração da instituição, cuja importância transcende o Carnaval. “Nós podemos sim ter voz, mesmo que seja através de um tambor”, declarou. “Sons da Independência para nós é um motivo de profundo senso de justiça histórica e admiração por ver a força e a resiliência dessas mulheres que desde 1979 se ousaram a desfilar como bloco feminino. Então, as Filhas de Gandhy é um símbolo vivo do matriarcado negro e da ancestralidade e que exige visibilidade e respeito no cenário cultural brasileiro.”
A produção audiovisual resgata a criação do afoxé feminino durante a ditadura militar, um período marcado pela repressão e pelo domínio masculino no cenário cultural e carnavalesco. O documentário explora os desafios enfrentados pelas mulheres que ousaram desafiar as normas da época e construir um espaço de expressão e resistência.
Após uma exibição exclusiva para convidados no Museu Eugênio Teixeira Leal, em Salvador, a direção do Filhas de Gandhy busca agora parcerias para levar o documentário a escolas e comunidades. O objetivo é disseminar a história do bloco e inspirar novas gerações. Além disso, o projeto prevê a digitalização e catalogação do vasto acervo do Filhas de Gandhy, garantindo a preservação da memória e da cultura afro-brasileira.
A produção do documentário é assinada por Luciene Cruz, com sonoplastia de Jailton Sodré.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
