Uma equipe técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou, na última semana, uma vistoria na Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Salto Cafesoca, localizada em Oiapoque, Amapá. A inspeção antecede o início da operação comercial da usina, previsto para dezembro.
O empreendimento, situado às margens do rio Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, passou por rigorosos testes eletromecânicos. Os técnicos do Ibama verificaram o funcionamento dos sistemas elétricos e hidráulicos, assegurando que estivessem em conformidade com os projetos, especificações e normas técnicas estabelecidas.
Durante a vistoria, também foram avaliadas as ações ambientais implementadas durante a fase de instalação da PCH. Entre elas, a recuperação de áreas degradadas, o transplante de epífitas, o monitoramento da fauna, a supressão de vegetação e a construção de uma passarela para pedestres. Essas medidas foram previamente definidas em setembro, quando o Ibama concedeu a licença de operação da usina.
A equipe responsável pela inspeção foi composta por analistas ambientais da Coordenação de Licenciamento Ambiental de Hidrelétricas, Obras e Estruturas Fluviais (Cohid), da Unidade de Exercício Descentralizado do Amapá e da Unidade Técnica em Oiapoque.
Com capacidade instalada de 7,5 megawatts, a PCH Salto Cafesoca tem o potencial de suprir grande parte da demanda de energia elétrica de Oiapoque. Atualmente, o município depende de uma termelétrica para seu abastecimento. A expectativa é que a operação da PCH reduza em aproximadamente 80% o consumo de óleo diesel utilizado nos geradores que abastecem a cidade.
Segundo a empresa responsável pelo projeto, a pequena hidrelétrica utiliza apenas uma porção do rio, aproveitando o desnível natural da corredeira. As turbinas geram energia com a própria vazão do rio, sem a necessidade de barragem ou represamento.
A conexão da usina com a cidade será feita através de uma Rede de Transmissão de Média Tensão (RMT), com cerca de 9,4 quilômetros de extensão, até a subestação Oiapoque.
De acordo com o projeto, a PCH será responsável por prover 85% da energia consumida pela população local. O restante será complementado pela eletricidade térmica em períodos de pico de demanda, seca ou manutenção da usina.
O Ministério Público acompanha de perto a execução do plano de ação apresentado pela empresa, visando mitigar os impactos às comunidades da Prainha I, Prainha II e Varador.
Fonte: g1.globo.com
