João Alves Siqueira, conhecido como João Paciência, ex-prefeito de Governador Jorge Teixeira (RO), foi condenado a 14 anos e 7 meses de prisão em regime fechado por ser o mandante do assassinato do radialista Hamilton Alves, de Jaru (RO). A decisão, proferida nesta terça-feira (25), é resultado de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO).
O crime, que chocou a região, ocorreu em abril de 2018, na BR-364, em uma área tristemente conhecida como “Curva da Morte”. Segundo o inquérito policial, Hamilton Alves dirigia sua caminhonete quando foi surpreendido por dois homens que efetuaram seis disparos contra ele. Mesmo gravemente ferido, o radialista tentou manter o controle do veículo, mas acabou perdendo-o e caindo em uma ribanceira. Felizmente, outros motoristas que passavam pelo local prestaram socorro imediato, e a vítima foi levada para o hospital.
A motivação do crime, de acordo com a decisão judicial, foi as críticas e denúncias que Hamilton Alves fazia em seu programa de rádio contra o então prefeito João Alves Siqueira. Durante o julgamento, o MP-RO apresentou áudios e outros materiais que, segundo a acusação, comprovavam o planejamento e a execução do crime. As provas apresentadas foram consideradas cruciais para a condenação do ex-prefeito.
Embora também fosse acusado de uma segunda tentativa de homicídio, os jurados decidiram absolvê-lo dessa acusação específica. A defesa do ex-prefeito não se manifestou até o momento da publicação desta notícia.
Relembre o Crime
Hamilton Alves, radialista de 50 anos, foi brutalmente atacado a tiros enquanto trafegava pela BR-364, em Jaru (RO), em direção a Ouro Preto do Oeste (RO). Dois homens em uma motocicleta preta interceptaram o veículo e efetuaram diversos disparos. Apesar de ferido, Alves conseguiu dirigir até perder o controle do carro, que saiu da pista e parou às margens da rodovia. Os criminosos fugiram por uma estrada vicinal.
A Polícia Militar, ao chegar ao local, registrou a ocorrência como tentativa de homicídio. Após a perícia, o caso foi encaminhado à Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp). Devido à gravidade dos ferimentos, Hamilton Alves foi transferido para Porto Velho em um avião do Governo do Estado, onde passou por cirurgia para a remoção dos projéteis.
A Importância da Liberdade de Imprensa
Este caso trágico serve como um doloroso lembrete da importância da liberdade de imprensa e da necessidade de proteger os jornalistas que, muitas vezes, arriscam suas vidas para trazer à tona informações de interesse público. A violência contra jornalistas é uma grave ameaça à democracia e à liberdade de expressão.
Como Proteger a Liberdade de Imprensa na Amazônia Legal
A Amazônia Legal, com suas particularidades geográficas e sociais, exige atenção redobrada para garantir a segurança dos jornalistas e a livre circulação de informações. Abaixo, apresentamos cinco dicas importantes para fortalecer a liberdade de imprensa na região:
1. Fortalecer a Legislação: É fundamental que a legislação brasileira ofereça proteção robusta aos jornalistas, com mecanismos eficazes para investigar e punir crimes contra profissionais da imprensa.
2. Promover a Educação: Investir em programas de educação para a mídia e para a população em geral, ensinando sobre a importância do jornalismo profissional e o papel crucial da imprensa na sociedade.
3. Apoiar o Jornalismo Local: Fortalecer os veículos de comunicação locais, que são essenciais para cobrir os problemas e as necessidades específicas de cada comunidade na Amazônia Legal.
4. Monitorar e Denunciar: Criar redes de monitoramento e denúncia de ataques e ameaças contra jornalistas, com o objetivo de garantir que nenhum caso fique impune.
5. Incentivar a Colaboração: Promover a colaboração entre jornalistas, organizações de defesa da liberdade de imprensa e órgãos governamentais para criar um ambiente mais seguro e favorável ao exercício do jornalismo.
O caso do radialista Hamilton Alves é um exemplo trágico das consequências da violência contra a imprensa. É fundamental que a sociedade brasileira se una para proteger a liberdade de expressão e garantir que os jornalistas possam trabalhar livremente, sem medo de represálias.
Fique por dentro de mais notícias da Amazônia Legal no Setentrional.com, o seu portal de notícias da região!
Fonte: https://g1.globo.com
