Uma análise contundente do cientista político Leonardo Sakamoto, em seu livro “O que os coaches não te contam sobre o futuro do trabalho”, expõe a dura realidade enfrentada por motoristas de aplicativo no Brasil. Longe da imagem de empreendedores independentes, Sakamoto e o jornalista Carlos Juliano Barros argumentam que esses trabalhadores foram, na verdade, enganados por falsas promessas.
A obra, lançada em São Paulo e Brasília, e apresentada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destrincha a exploração disfarçada sob a capa da inovação tecnológica. Sakamoto denuncia que as plataformas digitais retêm a maior parte dos lucros, deixando aos motoristas e entregadores uma fatia injusta e insuficiente para garantir sua subsistência e segurança.
A ausência de direitos trabalhistas básicos, como aposentadoria e seguro em caso de acidentes, agrava ainda mais a situação precária desses profissionais. Paradoxalmente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) passou a ser vista como vilã, culpada pelos problemas enfrentados pelos trabalhadores, quando, na verdade, o cerne da questão reside na ganância de empregadores e na falta de regulamentação adequada.
Sakamoto identifica um ataque sistemático aos direitos trabalhistas, orquestrado por influenciadores e políticos que disseminam a falácia de que a CLT impede o progresso. O livro resgata textos produzidos nos últimos anos para os sites “Repórter Brasil” e “UOL”, que abordam a exploração no campo profissional, revelando uma rede de preocupações em relação ao tema.
A inteligência artificial e a precarização do trabalho, através da contratação de pessoas físicas como pessoas jurídicas (os “pejotas”) e do “frila” fixo (trabalhadores com deveres de contratados, mas sem direitos), são apontadas como novas formas de exploração. Sakamoto alerta que a busca incessante por lucro não aboliu o trabalho escravizado e o uso de crianças em espaços laborais.
Para o pesquisador, este é um momento crucial para que a sociedade assegure a dignidade no ambiente de trabalho. Ele lamenta que o Brasil ainda não tenha erradicado a escravidão contemporânea, permanecendo preso a um sistema arcaico de superexploração. A tecnologia, que deveria ser uma ferramenta para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, muitas vezes se torna um instrumento de opressão.
No entanto, Sakamoto ressalta que a tecnologia também pode ser uma aliada na luta por direitos. Ele defende a mobilização dos trabalhadores, inclusive através das redes sociais, para enfrentar o cenário de exploração. No caso dos motoristas de aplicativo e entregadores, a batalha é pela garantia de um preço mínimo da corrida e por condições de trabalho justas.
O pesquisador reconhece que o Brasil vive um embate entre forças antagônicas: de um lado, uma estrutura de proteção na Justiça do Trabalho e no Ministério Público do Trabalho (MPT); de outro, um pensamento escravagista presente nas três esferas de poder. A aprovação da PEC das Domésticas, que garantiu direitos importantes a essa categoria profissional, foi recebida com críticas pela elite financeira, evidenciando a resistência em reconhecer os direitos dos trabalhadores.
Dicas para Motoristas de Aplicativo Maximizar Seus Ganhos e Proteger Seus Direitos:
1. Organize suas Finanças: Mantenha um controle rigoroso de seus gastos e ganhos, separando as despesas pessoais das despesas relacionadas ao trabalho com o aplicativo. Isso te ajudará a ter uma visão clara da sua situação financeira e a tomar decisões mais conscientes.
2. Priorize a Manutenção do Veículo: Realize revisões periódicas e esteja atento a qualquer sinal de problema em seu veículo. A manutenção preventiva é mais barata do que o conserto, além de garantir a sua segurança e a de seus passageiros.
3. Conheça seus Direitos: Informe-se sobre as leis trabalhistas e os seus direitos como trabalhador autônomo. Busque orientação jurídica em caso de dúvidas ou problemas com a plataforma.
4. Participe de Grupos e Associações: Junte-se a outros motoristas de aplicativo para trocar informações, compartilhar experiências e fortalecer a luta por melhores condições de trabalho. A união faz a força!
5. Explore Diferentes Aplicativos: Não se limite a um único aplicativo. Experimente outras plataformas e compare as taxas, os horários de pico e as promoções para identificar as opções mais vantajosas para você.
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