A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou manifestações de apoio por parte de membros do governo. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, declarou que a detenção segue rigorosamente os trâmites do devido processo legal, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em cada etapa da ação penal referente à tentativa de golpe de estado.
Segundo a ministra, a decisão do ministro Alexandre de Moraes se fundamenta nos riscos de fuga por parte do líder da organização golpista, considerando a iminência do trânsito em julgado de sua condenação para o cumprimento da pena. Hoffman acrescentou que Moraes também considerou o histórico do processo, marcado por tentativas de coação à Justiça. “Na democracia, a Justiça se cumpre”, concluiu.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, também se manifestou através das redes sociais, afirmando que “ninguém está acima da democracia” e que “ninguém pode trair a pátria impunemente”. Para Boulos, a prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado representa um marco para a história, com a mensagem de “Ditadura nunca mais!”.
Um dia antes da prisão, Boulos já havia comentado sobre a fuga de outros apoiadores de Bolsonaro, citando os casos de parlamentares que deixaram o país para evitar a prisão. Na ocasião, questionou se o ex-presidente não teria fugido caso não estivesse em prisão domiciliar.
A prisão preventiva de Bolsonaro foi motivada por uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, em virtude da convocação de uma vigília nas proximidades da residência onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Moraes argumentou que a reunião poderia causar tumulto e facilitar uma possível tentativa de fuga. O ministro também informou que houve uma tentativa de violar a tornozeleira eletrônica durante a madrugada.
A audiência de custódia do ex-presidente está agendada para amanhã. A defesa já anunciou que irá recorrer da decisão. Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista, e a execução das penas pode ocorrer nas próximas semanas.
O ex-presidente cumpria prisão domiciliar desde o início de agosto, após descumprir medidas cautelares estabelecidas pelo STF. Ele utilizava tornozeleira eletrônica e estava proibido de acessar embaixadas e consulados, manter contato com autoridades estrangeiras e utilizar redes sociais, mesmo por meio de terceiros.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
