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Indígenas protagonizam a COP 30 em Belém, diz Ministra Guajajará

G1

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, marcou presença na expedição “Banzeiro da Esperança”, um movimento que reuniu importantes lideranças de diversas etnias da Amazônia, traçando um percurso de Manaus a Belém para participar ativamente da COP30. O objetivo central da expedição foi colher relatos e reivindicações das comunidades impactadas pela crise climática, fortalecendo o papel crucial dos povos originários nas negociações da conferência.

Guajajara enfatizou o caráter inédito da COP30, sediada na Amazônia, como um momento de grande protagonismo indígena. “Esta é a COP mais indígena da história”, declarou, destacando a presença de cerca de 5 mil indígenas em Belém, distribuídos entre aldeias, espaços oficiais e delegações internacionais. Essa participação massiva representa um avanço significativo na inclusão dos povos da floresta em decisões de escala global.

Durante o encontro com as lideranças, a ministra ressaltou a importância da diversidade de povos, culturas e territórios na construção de soluções climáticas eficazes. “Nós participamos da construção dessa ideia do Banzeiro vir aqui trazendo indígenas, ribeirinhos, quilombolas e extrativistas. Queríamos garantir essa representatividade da diversidade que temos no Brasil, que temos na Amazônia. Esses planos são muito importantes para mostrar a urgência de apoiar a adaptação dessas pessoas que já vivem os impactos das mudanças climáticas no dia a dia”, afirmou.

Guajajara também destacou o aumento da presença indígena na Zona Azul, a área de negociações oficiais da ONU, ressaltando o peso político desse fato nesta edição. “São 5 mil indígenas em Belém, 3.500 na Aldeia COP. Temos 400 indígenas do Brasil credenciados na Zona Azul e mais 500 indígenas do mundo. Então somos 900 indígenas na área oficial. Por isso esta é a COP mais indígena, não só em quantidade, mas no espaço oficial.”

A ministra recordou que discursos proferidos tanto pelo presidente Lula quanto pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, posicionaram os povos indígenas no centro do debate climático. “É uma semana decisiva. Estamos acompanhando de perto para que nossas pautas entrem nos textos finais. Queremos que os países reconheçam que só vamos enfrentar a crise climática se apoiarmos e protegermos quem protege o meio ambiente”, disse.

Amadeu Sateré-Mawé, jovem indígena participante da expedição, ressaltou que o encontro com a ministra reforçou o sentimento de pertencimento e protagonismo da juventude indígena nos debates climáticos. “Ter a ministra aqui, ouvir a experiência dela e poder levar nossos pedidos foi muito importante. Isso incentiva nós, enquanto juventude, parentes e territórios, porque estamos lutando por um bem maior”, disse.

A expedição “Banzeiro da Esperança” percorreu a Amazônia, reunindo relatos, debates e propostas sobre adaptação climática, direitos territoriais e proteção ambiental. Os apontamentos coletados foram apresentados na COP30, em uma carta entregue ao presidente da conferência.

Fonte: g1.globo.com

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