Megaoperações policiais, como a recente ação nos complexos da Penha e do Alemão, não alcançam resultados significativos na redução do poder do crime organizado. A avaliação é de especialistas, que apontam a necessidade de políticas públicas integradas para enfrentar o problema.
A operação nos complexos resultou em um saldo de 121 mortos, sendo 117 civis e 4 policiais, além de 113 presos e 118 armas apreendidas, das quais 91 são fuzis. A ação é classificada como uma das mais letais do país.
Para especialistas, o Estado não deve medir o sucesso de operações pela letalidade, pois megaoperações policiais elevam os riscos de abusos e violações dos direitos humanos. A autonomia histórica das polícias do Rio de Janeiro, embora possa trazer eficiência em ações rápidas, também pode gerar descoordenação com políticas públicas e limitar a fiscalização.
Além das perdas de vidas e da violência, as operações policiais geram consequências que vão além dos bloqueios de vias. O fechamento de ruas, a suspensão de serviços e o impacto na logística resultam em perdas fiscais e tributárias consideráveis para o estado e o município.
Os impactos dessas ações são incalculáveis, atingindo o tecido social da cidade e prejudicando oportunidades de negócios, criação de empregos e geração de renda. A instabilidade afasta investimentos e sobrecarrega o contribuinte com custos emergenciais de segurança. A paz social é considerada um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento econômico, e a persistência da violência no Rio de Janeiro representa um obstáculo significativo.
Um levantamento recente indica que o Estado do Rio de Janeiro perde cerca de R$11,5 bilhões por ano devido a crimes violentos, o que representa aproximadamente 0,9% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
